02 agosto 2007

Poetinha

Um grande amor...Vinícius de Moraes! Nem sei de onde nasceu este amor...mas é real.
Quem me conhece, conhece a história:
se eu tivesse um filho, ele se chamaria "Vinícius de Moraes".
Ele morreu quando eu tinha 8 anos e sinceramente não me lembro de seu nome ser cultuado na cozinha da minha simples família que era mais chegada num Zeca Pagodinho.
"...que não seja eterno, posto que é chama...mas que seja infinito enquanto dure..."
Esta frase tão comumente usada para "casos de amor" deveria se estender a tudo:
Cada sentimento. Cada momento.
Cada abraço. Cada amizade.
Cada telefonema. Cada saudade.
As presenças e as ausências. As chegadas e as partidas.
Quero chegar ao céu ao som do piano de Tom
e receber das mãos de Viníciius um grande copo de wisky.
A minha geração terá que se contentar com
Toquinho tirando magistralmente os mais inusitados sons da sua viola.
Minha geração terá que assistir conformada a shows de Toquinho e MPB4...
"o pato pateta pintou o caneco...surrou a galinha...bateu no marreco..." quanta brutalidade. Teremos que rir das repetidas histórias de Vinícius, contadas com irritante intimidade por seu mais famoso discípulo vivo.
Vinícius que casou 9 vezes.
Que não se conformou com o amor de pijamas furados.
Amor que paga conta de gás. Amor de dentadura.
Que cria calos. A intimidade irritante de dividir o mesmo banheiro.
Amor que perde a chama.
Vinícius que buscou a vida toda o amor da poesia. Vinícius que sofreu separações e buscas e com isso alimentou as mais lindas poesias do mundo.
"...mesmo amor que não compensa, é melhor que a solidão..."

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