17 abril 2008

Ainda Maitê

"Quanto a mim, sigo aqui nesse meio de vida, meio sem rumo, meio escritora, meio atriz, meio casada, meio feliz, meio sem terra, sem laços, com meio amigos, meio fechada para dentro de mim.
O tempo escoa inclemente com sua batida ligeira, e há uma nova urgência no fazer das coisa. Não contemplo a serenidade esperada, e inquieta me impaciento no remoer de ocasiões perdidas. Por que não tive mais filhos, por que não cultivei mais amigos, por que falei quando era hora de ouvir, por que não sosseguei com o parceiro amado, por que não bebi menos e percebi mais, por que hoje há tantos porquês onde antes havia apenas um dia após o outro?
Estou fadada ao temperamento que tenho, e quando finalmente percebo as armadilhas de minha condição, quando se esclarecem as dubiedades, já não há como remediar-lhes as conseqüências."
Maitê Proença

3 comentários:

Juan Moravagine Carneiro disse...

Não sei o que comentar, as palavras somem, só consigo pensar que nada que eu escreva vai conseguir dizer o que penso, mas saiba q sua ausência me anula.

Sinto sua falta!

. fina flor . disse...

aindei lendo uns trechos da vida inventada, dela, bem bacana =]

beijos, linda e bom feriado,

MM.

Anônimo disse...

muito bom, a moça escreve bem! o livro dela parece muito interessante...

bjos