É na calada da noite que passeiam os mais criativos.
Fumam nas janelas dos seus apartamentos os pensadores e os pensativos.
Sofremos de insônia.
Buscam seus blocos de anotações.
Pedem socorro aos livros e internet.
Numa atitude desesperada, o inevitável assalto a geladeira.
O telefone mudo nos faz pensar que somos únicos - que o resto do mundo dorme um tão desejado sono profundo.
O ponteiro continua avançando implacávelmente.
As estrelas rendem o turno ao nascer do sol...
E nós pensadores insones...testemunhas de tudo isso!
"Pensa-se na escuridão clara. Não se pensa. Sente-se. Sente-se uma coisa que só tem um nome: solidão. Ler? Jamais. Escrever? Jamais. Passa-se um tempo, olha-se o relógio, quem sabe se são cinco horas. Nem quatro chegaram. Quem está acordado agora: E nem posso pedir que me telefonem no meio da noite pois posso estar dormindo e não perdoar. Tomar uma pílula para dormir? Mas e o vício que nos espreita? NInguém me perdoaria o vício. Então fico sentada na sala, sentindo. Sentindo o quê? O nada. E o telefone à mão. " (Clarice Lispector - Aprendendo a Viver)
3 comentários:
Eu ainda não consegui me decidir se amo ou odeio minhas noites de insônia.
Uma grande verdade, insonia mais constante na vida do que muitas outas coisas.
Nossa, insônia é uma coisa triste. Quando isso acontece, insisto em ficar rolando na cama... até ser vencida pelo cansaço.
Bjim
Postar um comentário